Taxa de câmbio, elasticidade-renda e mudança estrutural: fundamentos teóricos e evidências empíricas

Neste artigo é analisada a hipótese de que mudanças estruturais (na direção da manufatura e serviços relacionados), mensuradas através de alterações nas elasticidades renda da demanda por exportações e importações de um país, são influenciadas pela diferença entre a taxa de câmbio real efetiva observada e a de equilíbrio industrial. A taxa de câmbio de equilíbrio industrial é definida como aquele nível de taxa de câmbio que iguala os custos unitários do trabalho, em termos reais, entre os produtores locais de bens manufaturados e os seus parceiros comerciais. Para testar a hipótese em questão é construída uma amostra que inclui dados de 62 países para o período 1995-2012. Primeiramente, calculase a taxa de câmbio efetiva de equilíbrio industrial para esses países, bem como as taxas de câmbio reais efetivas observadas, para cada ano; em seguida, as elasticidades renda para cada país nesse período são estimadas. Um modelo econométrico de dados em painel dinâmico é adotado para estimar a relação entre essas elasticidades e a diferença entre as taxas de câmbio reais efetivas observadas e de equilíbrio industrial. As variáveis de controle incluem a participação da manufatura no valor adicionado, a balança comercial de bens manufaturados e o saldo em conta corrente. Os resultados demonstram uma relação positiva entre as variáveis dependentes e explicativas, o que corrobora nossa hipótese. 

Autor(es): 
Nelson Marconi; Eliane Cristina Araújo; José Luis Oreiro
Portal FGVENG

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